Eterna insatisfação

Eu já nem sei mais dizer se isso me faz bem ou mal. Eu me sinto totalmente contraditória. É verdade que amo minha liberdade, a idéia da lotação de amigas sem rumo, mas me sinto fraca por chegar em casa, exatamente depois de fazer isso, deitar no travesseiro e não ter em quem pensar. As pessoas em geral talvez me vejam como alguém feliz, segura e rodeada de amigos, e eu realmente sou. Mas ainda existe por dentro aquela maldita carência, mesmo que bem relativa, e bem mesmo. Na verdade, a culpa de tudo isso é do tempo. O tempo, que me faz esquecer da ultima vez que dormi de conchinha e achei alguém lindo por estar despenteado. O tempo que me faz esquecer da ultima vez que por horas chorei, e que ao mesmo tempo faz com que eu chore a qualquer filme, qualquer música, só por estar sentimental mesmo. O tempo que me confundo e me faz sentir borboletas no estomago por qualquer olhar provocante ou sorriso acolhedor, e ao mesmo tempo me faz sentir falta de alguém ao lado pra abraçar. O tempo me faz sentir falta de algo que eu não sei explicar, sentir falta de alguém, querer alguém. Por outro lado, quando olho a minha volta percebo quantas pessoas irritadas estão completamente loucas para ser como eu, elas que na verdade funcionam como meu espelho de um passado nem tão longe assim, quando eu mesma era irritada e louca pra ser assim, eu queria tanto tudo que eu vivo agora. Aí eu penso que as coisas estão exatamente como deveriam estar. Eu ainda não estou preparada, não no meu mundo de agora. O problema, ou talvez solução, é que eu sou mais emotiva que racional (não que eu saia fazendo o que me der vontade, sem pensar nas conseqüências), mas eu não tenho medo. Não gosto de deixar as coisas aguadas pra evitar que fiquem exageradamente doces, nem salgadas, nem amargas. Eu gosto mesmo do que me traz emoções, das mais diversas sensações. Eu gosto quando meu mundo flutua, ou quando ele desaba..quando os dedos congelam ou do calor insuportável. Talvez seja isso que me falte, sentir mais, em quantidade e intensidade. Odeio tudo que é “mais ou menos”. Odeio monotonia.

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